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EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL CONCEBIDA E LEVADA A CABO POR CARLO ACUTIS

Os Milagres Eucarísticos

Os Milagres Eucarísticos são intervenções prodigiosas de Deus, que visam confirmar a fé na presença real do corpo e sangue do Senhor na Eucaristia. Conhecemos a doutrina católica no diz respeito à presença real. Nas palavras da consagração: “Este é o meu Corpo”, “Este é o meu Sangue”, a substância do pão torna-se o Corpo de Cristo, e a substância do vinho o seu Sangue. Esta notável mutação é designada por transubstanciação, ou seja, mudança de substância. Do pão e do vinho permanecem as aparências ou espécies que, filosoficamente, se chamam acidentes. Permanecem o tamanho, a cor, o sabor, o cheiro e também as capacidades nutritivas, mas continua a ser a substância, ou seja, a verdadeira realidade, que se tornou o Corpo e o Sangue do Senhor.

A Transubstanciação não poderá ser de modo algum vivida pelos sentidos, apenas a fé nos assegura desta maravilhosa mutação.

Os Milagres Eucarísticos pretendem confirmar esta fé, que se baseia nas Palavras de Jesus, segundo as quais o que parece pão já não é pão, e o que parece vinho já não é vinho. Efetivamente, nos Milagres Eucarísticos figuram a Carne e o Sangue, ou um ou outro, conforme o caso. O propósito dos Milagres é provar que não devemos olhar para a aparência exterior (pão e vinho), mas para a substância, a verdadeira realidade da coisa, que é carne e sangue.

Os teólogos medievais aprofundaram o tema dos Milagres Eucarísticos (muito frequentes na época), para os quais forneceram várias interpretações, mas a mais fundada e razoável parece ser a do “Doutor Eucarístico” por excelência, ou seja, São Tomás de Aquino (Suma Teológica III, q.76, a.8).

Ele afirma que o Corpo e o Sangue que aparecem após o Milagre se devem à transformação das espécies eucarísticas, ou seja, dos acidentes, e não tocam a verdadeira substância do Corpo e Sangue de Jesus. As espécies do pão e do vinho são milagrosamente transmutadas em espécies de carne e sangue, mas o verdadeiro Corpo e o verdadeiro Sangue de Jesus não são aqueles que aparecem, mas aqueles que, antes ainda do Milagre, estavam ocultos sob as espécies do pão e do vinho e que ainda existem secretamente sob a espécie da carne e do sangue.

Se, efetivamente, a carne e o sangue que aparecem fossem verdadeiramente a carne e o sangue de Jesus, deveríamos dizer que Jesus ressuscitado, que reina impassível à direita do Pai, perdera uma parte da sua carne ou do seu sangue, o que não poderá, de forma alguma, ser admitido.

Devemos dizer que a carne e o sangue que aparecem nos milagres são do mesmo tipo das espécies ou aparências, ou acidentes – nem mais nem menos do que as espécies do pão e do vinho.

O Senhor realiza estes milagres para dar um sinal, claro e visível a todos, de que a Eucaristia é o verdadeiro Corpo e verdadeiro Sangue do Senhor.

Porém, este verdadeiro Corpo e Sangue não são aqueles que aparecem, mas aqueles que estão substancialmente contidos sob as espécies ou aparências – espécies ou aparências estas que, antes do Milagre, eram as do pão e do vinho, e depois do Milagre são as da carne e do sangue.

Jesus está realmente e substancialmente contido sob as aparências da carne e do sangue, tal como antes do Milagre. Por isso, podemos adorar Jesus realmente presente sob a espécie da carne e do sangue.


Padre Roberto Coggi, O.P.